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Os perigos de ir e vir nas estradas brasileiras

AVEP Brasil • fev. 08, 2017

Quem roda diariamente pelas rodovias está cansado de saber: os perigos nas estradas brasileiras são inúmeros e colocam, a todo o momento, a vida de motoristas e passageiros em risco.

Para quem tira o seu sustento das estradas, o medo de não voltar para casa aumenta a cada instante, afinal, a cada ano, as estatísticas demonstram índices alarmantes de acidentesmortes e roubos nas rodovias.

Em levantamento feito nos meses de fevereiro e março de 2017, o Brasil foi o sexto colocado no ranking mundial de roubos de cargas, conforme a associação britânica JCC Cargo Watchlist.

Neste artigo, elencamos alguns dos principais perigos enfrentados na malha rodoviária brasileira. Veja quais são:


Infraestrutura precária


Quando pensamos nos perigos nas estradas brasileiras, automaticamente, nos vem à mente a precarização da infraestrutura, desde às ruas do seu bairro a importantes rodovias que cortam o país.

Apesar de o Brasil ter avançado a passos largos no quesito construção de estradas, com um boom pós Segunda Guerra Mundial, que resultou em uma malha de 1,6 milhão de quilômetros de rodovias, é sabido que o padrão de qualidade não se manteve presente neste processo, repercutindo em um verdadeiro caos para os motoristas.


Para se ter uma ideia, estima-se que menos de 150 mil quilômetros estejam devidamente pavimentados para garantir o conforto de quem circula por essas vias, um disparate quando comparado ao número total de estradas no país.


Capotagem e tombamento


Esses são acidentes diretamente ligados às condições das rodovias brasileiras. Sabendo que o caminhão tem seu centro de gravidade mais alto que veículos de passeio, quando uma via possui diversos buracoscurvas acentuadas e mal projetadas, essas situações contribuem para ocasionar esse tipo de acidente.


É importante saber que a velocidade que o motorista conduz o caminhão também contribui para a capotagem. Por isso, para se prevenir,  é preciso tirar o pé do acelerador em vias consideradas mais perigosas.


É verdade que, muitas vezes, o limite de velocidade especificado representa um perigo, por conta da infraestrutura viária ruim. A 80 km/h, rodar com um caminhão em local cheio de buraco impossibilita qualquer tentativa do motorista de desviar das crateras que aparecem pela frente.


recomendação para evitar capotagens é transitar entre 15 km/h e 20 km/h, abaixo do limite permitido para ficar em uma faixa segura de direção.


Dirigir em uma velocidade mais baixa também permiti a dosagem do uso do freio, que, se acionado bruscamente, pode resultar na perda do controle do caminhão.


Se a carga é muito alta, é importante redimensionar o tempo de transporte. Prazos que podem ser considerados curtos devem ser negociados.


Dessa forma, a pressão sobre o caminhoneiro diminui para andar em velocidade não compatível ao carregamento. Essa negociação está envolvida com a segurança do profissional e da carga.


Em capotagens, o motorista pode ferir-se gravemente, atingir outros veículos e, em questão econômica, danificar o carregamento. Por isso, todos os cuidados são necessários.


Veículos em más condições


Outro dos perigos nas estradas brasileiras é em relação as condições de determinados veículos. Muitos motoristas não levam a sério questões como revisão e, com isso, colocam não apenas a sua vida em risco, mas também a vida de todos aqueles que cruzam o seu caminho ao longo das estradas.


imprudência é uma das principais causas das tragédias, infelizmente, rotineiras nas estradas.


Roubos de cargas


Como se não bastassem todos os problemas ligados à infraestrutura que os caminhoneiros enfrentam diariamente, outro grande perigo que assola é o do risco de ter suas cargas e veículos roubados. Foram registrados cerca de 24,5 mil ocorrências desse crime no Brasil em 2016, segundo dados do NTC.


Os prejuízos para o setor são gigantescos. Para ter um panorama da situação, só na região amazônica o rombo chegou a 300 milhões, de acordo com a Associação Nacional de Transporte Rodoviário de Cargas e Logística. Isso impacta diretamente o valor do frete e da segurança dos motoristas.


Existem algumas rodovias que são, reconhecidamente, mais perigosas dentro da malha rodoviária do nosso país. Dentre elas, a BR 101 em Alagoas e algumas rodovias federais do estado da Bahia são consideradas as que apresentam maiores riscos aos motoristas.


Apesar dos perigos da BR 101 em Alagoas, o Sudeste, por enquanto, concentra o maior número de casos. Pouco mais de 85% dos assaltos cometidos em 2015 foram nessa região do país.


Especificamente no Rio de Janeiro, a Polícia Rodoviária Federal (PRF) identificou em dezembro de 2017 que 40% das pessoas presas por roubos de cargas no estado tinham sido soltas depois de quatro meses de detenção.


Os meses de novembro e dezembro são historicamente mais suscetíveis para o roubo de cargas, segundo o Sindicato das Empresas Transportadoras (Sindcargas).


Riscos da profissão de caminhoneiro


Vale ressaltar que os caminhoneiros de profissão estão mais sucintos que todos os demais aos inúmeros perigos nas estradas brasileiras, isto porque, além de passarem tempo demais nestas vias, costumeiramente trabalham mais do que o indicado e sob pressão.


Viagens longas e cansativas, condições insalubres de trabalho e trânsito noturno são os agravantes dessa profissão de extrema importância para a economia nacional.


Vias mais perigosas


Um levantamento da Confederação Nacional de Transporte (CNT), divulgado em 2016, apontou seis rodovias federais como as mais preocupantes para os caminhoneiros. Veja quais são:


  • BR 101: Um dos trechos mais perigosos fica no município de Florianópolis (SC), com extensão de 10 quilômetros. Esse trecho teve média de 46 acidentes por mês, indicou a CNT, além de 15 mortes registradas em 2015.
  • BR 040: A rodovia passa por Minas Gerais e no ano pesquisado foi o trecho que registrou mais mortes por conta de acidentes de trânsito.
  • BR 135: São 26 quilômetros da rodovia que cortam o Maranhão, estado que concentra um grande perigo de acidente. Em 2015, 19 pessoas morreram nessa rodovia.
  • BR 116: O principal problema na estrada que passa pelo sul de Curitiba (PR) é o risco para tombamentos. No trecho, há muitos motoristas que não respeitam as faixas de ultrapassagem.
  • BR 158: A via serve de acesso à cidade de Estância (GO). A condição de manutenção desse trecho é temerária. Seguindo ainda pela mesma estrada, entre Piranhas e Jataí, o desrespeito às leis de trânsito é grande, aliado a precaridade da rodovia.
  • BR 418: Outra estrada que passa por Minas Gerais. Na proximidade com Teófilo Otoni, as condições da via pioram consideravelmente e as muitas curvaspreocupam, pois os motoristas não respeitam o limite de velocidade e as faixas de passagem proibida.


Tragédia nas estradas


Boa parte dos caminhoneiros que morreram no trânsito, conforme o SOS Estradas, envolveram-se em acidentes sem outros veículos. A estatística, que levou em consideração mil ocorrências e foi divulgada em abril de 2017, sinaliza que o excesso de trabalho pode atrapalhar a segurança dos profissionais.


O número de mortes provenientes da colisão de dois caminhões foi de 26,4%, segundo a mesma pesquisa. No caso de engavetamentos, foi menor a quantidade de mortes (5,1%), mesmo se comparada com o número de caminhões que colidiram com outros veículos, que apontou 18,2% de mortes.


Esse levantamento compreendeu o período do dia 1 de novembro de 2015 até 11 de fevereiro de 2017.

Os números alertam para a necessidade de muito cuidado por parte dos caminhoneiros. É importante respeitar os limites do corpo e garantir a manutenção prévia dos veículos, para que todos superem os perigos nas estradas brasileiras.


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